11 de fev. de 2010

Derrame


derrame

de rrame

derra me

der ra me

derr ame

derram e
d errame
d erra me

Texto e ilustração: Jeff Santanielo

9 de fev. de 2010

(...)


Sofre Guidão
Bisteca é feijão
Em gorda obesa é o peso do limão
Acordou de humor inverso pediu terço oração
mentira
Biscate combustão é fogo de quatro
Quarteirão
no apagão quis tomada e tomou
Encaçapada
a mesa
Tecido de palma tentação colada
Barriga suada mão engordurada
Taco torto
Pernas espalmadas grunhido e pressão
Posto de saúde fila e penetra
Injeção
na roça no quintal
se com some no varal
Baba é carnaval
A frente paulada e o verso anal
em cima re baixa
e se não
em caixa mete a mão
Dinheiro amassado, corpo cansado,
Explosão
leite azedado
Escorre botão.

Texto: Patrícia Redigolo. Ilustração: Jeff Santanielo.

4 de fev. de 2010

Índigo

A cor do anil.

Tantas são as formas de colorir.
Colorir o anil de índigo seria mudar o azul?

Como saber do índigo a mudança provocada no anil?
De tantos jeitos e formas os jeitos e as formas não são mais.

A descoberta é que era.

Depois do nome, tudo passou a ser o nome do que pode ser.




Texto: Angelica Zignani. Ilustração: Jeff Santanielo.

3 de fev. de 2010

Confissões de um Genocida


Quero que as pessoas morram

Que morram pais, que morram filhos
ou melhor: que morram os filhos antes dos pais,
e depois que estes já tiverem sofrido o bastante
que morram também.

Que morram os tios, que morram os sobrinhos que morram padrinhos e afilhados
morram honestos, morram corruptos
Que morram frígidos e fogosos

Morra a fauna e morra a flora
E que morra o mundo, enfim.

Pois só encontrando a morte é que a vida se revigora.

(E nós precisamos mesmo de um bom motivo pra chorar)

texto e ilustração: Jeff Santanielo